Nas últimas análises de biomecânica que efectuámos temos vindo a escolher exercícios que têm como objectivo criar um desafio aos músculos responsáveis pela extensão da anca, hoje decidimos abordar o peso morto.
Tal como na extensão da anca no banco romano também o peso morto apresenta um perfil de maior resistência, na posição de maior alongamento (imagem da direita), para menor ou praticamente nula, na posição de maior encurtamento (imagem da esquerda).
A questão neste exercício é que na posição de maior encurtamento o desafio é quase nulo, porque o braço de momento (BM) praticamente desapareceu, logo o desafio para os músculos é zero. Algumas estratégias podem ser utilizadas para evitar que esta variação da amplitude do perfil resistência seja tão grande e ocorra o acima descrito (nenhum desafio muscular aos extensores da anca), nomeadamente a utilização de elásticos que vão aumentar a magnitude à medida que caminhamos para a posição de maior encurtamento (imagem da esquerda).
Outra questão interessante de se reflectir, especialmente no peso morto, é que existem diversas articulações em carga desde anca até à zona dos ombros e tradicionalmente o peso morto é associado a cargas elevadas que não são devidamente acomodadas à capacidade dessas outras articulações. E quase sempre em sacrifício de “uma maior estimulação” dos extensores da anca. Lembre-se então que aquando da realização do exercício deverá ter-se sempre em conta essa situação e perceber que grande parte das vezes será um exercício avançado, quando com estes objectivos, e que o praticante deverá reunir uma série de condições para que a sua execução represente um benefício.
Não obstante a aprendizagem do skill associado ao exercício poderá ser uma estratégia interessante para executantes principiantes onde a carga é reduzida ou inexistente, servindo apenas o peso do tronco como resistência.
Continuação de bons treinos, Tiago Gago