Quando pensamos em “performance” associamos essencialmente 2 aspetos: desempenho e resultados. Portanto, podemos assumir como sendo o quão bem ou mal algo funciona ou trabalha.
Já a palavra “Função” pode ter significados como: trabalho executado por um aparelho ou sistema; Ou atividade exercida; cargo; profissão; trabalho; utilidade; uso;
O primeiro significado refere-se ao funcionamento específico das partes, enquanto que o segundo refere-se ao funcionamento global, específico da atividade. Quando falamos em função enquadrada na nossa atividade, ou seja, o exercício físico, temos que ter em consideração o sistema neuromusculoesquelético. Por isso vamos trazer 2 abordagens distintas ao nível da Performance: a Performance Interna e Performance Externa. A Performance interna está associada mais ao primeiro significado que expusémos em cima (trabalho executado por um aparelho ou sistema).
É a função básica neuromusculoesquelética, responsável pelo funcionamento da articulação a cada grau de movimento, garantindo sua integridade. A Performance Interna é determinada pela estrutura articular, muscular e sistema nervoso, entre outros… O propósito de todos os sistemas corporais é de utilizar, apoiar e manter a estrutura.
O exercício deve ser pensado tendo em conta estas interrelacões e complexidade dos sistemas.
PERFORMANCE EXTERNA
A Performance externa é a habilidade de realização de uma atividade específica. Ela é dependente do funcionamento das partes internas. “A performance externa usa o que existe disponível nas partes internas para realizar a atividade, mas não desenvolve essas partes.”
Como vimos, a palavra performance significa desempenho, ou seja, quão bem ou mal algo funciona ou trabalha. Geralmente é associada ao “desempenho atlético” ou a uma performance artística. No desporto, tudo se traduz em resultados, ou seja o sucesso da performance é medido com números, como a pontuação, a distância, a velocidade, a precisão etc. e normalmente são alcançados sem levar em consideração as limitações internas e tolerâncias. Ou seja esses resultados são externos.
As atividades da vida diária também podem e devem ser consideradas performance externa. Por exemplo, um cidadão comum deve ser capaz de se levantar e caminhar até ao WC, sem se preocupar em como lá chegar. Não é suposto preocupar-se sobre o que está a acontecer internamente. Nem pensar no que está a acontecer no seu Joelho, deve apenas estar preocupado com o objetivo externo e alcançá-lo. Essas atividades do dia a dia e as modalidades são realizados a partir da habilidade específica de incorporar muitas partes existentes com todas as qualidades que elas possuem para a realização da tarefa.
Treinar unicamente para a obtenção de um dado resultado desportivo (Performance externa) pode acabar por implicar “sacrificar o corpo em prol do resultado.” Nesta dimensão estamos falar de um atleta profissional, que é com esses resultados que assegura a sua subsistência. Pode até, quando entramos no domínio dos super-atletas de, em poucos anos assegurar o conforto e estabilidade económica para o resto da vida bem como da respetiva família. Nestes casos, são decisões conscientes em que os benefícios poderão compensar (e muito) os riscos.
Quando falamos no cidadão comum todas as forças que entram num sistema devem ser ponderadas e saúde deve ser preservada e colocada em primeiro lugar. Pois um mau treino pode resultar numa lesão e condicionar a qualidade de vida por muitos anos.
Em ambos os casos, compete ao profissional de exercício mostrar que para se otimizar a performance externa, é necessário otimizar as partes específicas que serão utilizadas nas ditas tarefas.
A intervenção do profissional do exercício deve ir ao encontro não só do desenvolvimento mas também da integridade máxima possível do sistema neuromusculoesquelético.
Esperemos ter ajudado a perceber como melhorar a Performance de forma mais consciente e segura.
Adaptado do manual do curso: “Personal Trainer na Ortopedia RTS 1 Intro”