A nossa vida é cheia de movimento, dia e noite os nossos músculos trabalham para posicionar a nossa cabeça, corpo e extremidades; para mover todo o corpo através do espaço; para apanhar e manipular objetos; para interagir com outros humanos e animais; para trocar informação com o mundo externo; e por aí fora.
A primeira coisa que nos ocorre sobre o movimento humano é que este faz sentido, tem significância. Tudo faz sentido e leva-nos a alcançar objetivos. Embora por vezes falhemos, mas na maior parte das vezes somos bem-sucedidos.
Contudo no mundo físico externo, com as inúmeras forças, eventos imprevisíveis, objetos em movimento, objetivos que se alteram a todo o momento, realizar movimento com sentido não é uma tarefa fácil.
A própria estrutura do corpo humano e as propriedades do tecido muscular, aparentemente, complicam o processo de controlo sem que na mesma ocorram importantes ganhos por essas características.
A complexidade do movimento humano e todos os fatores que o envolvem ainda mais colocam uma alta responsabilidade no supremo controlador do movimento voluntário, o sistema nervoso central.
Assim o nosso sistema nervoso central tem de possuir versatilidades, desenvoltura, e um número sem número de propriedades que não existem ainda palavras para descrever de forma apropriada.
Por isso o movimento voluntário é usado não só como uma manifestação da atividade do sistema nervoso central como uma ferramenta para o entender.
Deste modo o movimento acaba por ser atrativo para bastantes profissionais, entre os quais o do exercício físico, porque permite nos observar, medir de maneira a criar relações simples entre uma tarefa e o seu resultado.
Observar e analisar o controlo do movimento voluntário é uma forma de aprender como o cérebro toma decisões.
O desenvolvimento de cenários para avaliação/descrição dessas tomadas de decisão pode ser um fator importantíssimo quando queremos no fim da linha melhorar o controlo motor voluntário e assim criarmos mais significância para quem connosco treina.
O entendimento da mecânica do exercício será um aliado para criarmos de forma estratégica, chamemos-lhe agora de tarefas, contudo uma visão holista será não menos importante na compreensão e leitura do impacto do nosso trabalho a longo prazo.
Continuação de bons treinos.
Adaptado de:
- “Muscle System Specialist Course – Greg Mack”;
- “Neurophysiological Basis of Movement” – Mark Latash.