Recentemente abordamos a questão de os profissionais do exercício serem considerados profissionais da saúde, neste artigo gostaríamos de acrescentar algumas reflexões que nos parecem importantes neste debate, especialmente olhando para o que vai sendo discutido sobre o mesmo assunto além-fronteiras.
De uma forma simples o modelo médico é baseado no tratamento da doença enquanto o modelo do bem-estar é baseado na promoção da saúde através de escolhas de estilo de vida.
Parece, contudo, que as pessoas seguem os dois modelos: visitando um médico quando necessário (modelo médico); fazendo escolhas sobre os alimentos que comem (modelo do bem-estar). Sendo o exercício físico uma componente dos dois modelos.
Existe alguma evidência para realização de exercício físico como prevenção e tratamento de doenças ao ponto de equipas de cuidados de saúde integrados, incluírem exercício físico nos seus programas de tratamento (ex.: reabilitação cardíaca e pulmonar). Estas equipas sob supervisão médica planeiam e supervisionam programas que os pacientes realizam durante a sua recuperação.
Alguns indicadores sugerem que a procura por estes programas possa de facto aumentar num futuro próximo.
Acredito firmemente que os profissionais de exercício devem fazer parte das equipas de saúde” (…) “É tempo de os serviços de cuidados de saúde testarem o investimento em intervenções sobre a atividade física que são referenciadas por profissionais de saúde no ambiente clínico, mas realizadas diretamente onde as pessoas vivem, aprendem, trabalham, brincam… Espero que os cuidados de saúde abracem a ideia de que existe um papel nos cuidados primários e preventivos para intervenções não tradicionais (especialistas em exercícios médicos, treinadores pessoais, instrutores de exercício e fitness de grupo) que são devidamente qualificados, confiáveis e credenciados para trabalhar ao lado dos prestadores de cuidados tradicionais e permitem que o sistema ajude mais pessoas mais cedo e com um custo menor. – Cedric Bryant, presidente do American Council on Exercise.
Sobre a batuta do “exercício clínico” pacientes e a população em geral poderiam aceder a aconselhamento sobre exercício, nutrição, educação para a saúde, gestão de stress, a par de outras opções de estilo de vida saudáveis.
Situações semelhantes – “exercício clínico” que integram o modelo médico têm obtido bastante sucesso. Diga-se de passagem, graças à qualificação dos profissionais que o integram.
Num evento que recentemente juntou alguns autores/pensadores do exercício físico onde se refletiu sobre a integração do fitness no universo médica registou-se bastante otimismo na criação do “fitness médico” como uma opção viável.
A criação de parcerias com os agentes médicos, que já são favoráveis sobre os efeitos positivos da prática de exercício físico, será um dos primeiros passos a concretizar para valorizar e alavancar esta sinergia.
É interessante perceber que existe uma consonância entre a visão de exercício físico partilhada pela PTX e outros agentes envolvidos no mesmo âmbito.
Será muito redutor colocar o exercício físico numa “caixa” onde só se fale de perda de peso, performance e hipertrofia.
Gostaríamos de saber a sua opinião! Crê que o conceito de “fitness médico” irá vingar num futuro próximo?
Referências:
The Exercise Box Is Too Small! – MedFitNetwork
The Essential Role of Fitness and Physical Activity: Hope for the Future – IDEA Health & Fitness Association (ideafit.com)