A doença oncológica representa um grave problema de saúde pública. Nos últimos anos temos assistido, apesar de um aumento da incidência, a uma melhoria da sobrevivência, consequência de uma evolução marcante no diagnóstico e tratamento.
Assim, existem cada vez mais sobreviventes de cancro. Durante o seu percurso, quer durante quer após os tratamentos, muitos sobreviventes têm efeitos secundários físicos e/ou psicológicos da doença e dos tratamentos, que podem ser agudos ou crónicos.
Existe evidência científica clara que suporta a atividade e o exercício físico como aliados na otimização da qualidade
de vida e na sobrevivência – melhoria da capacidade cardiorrespiratória, força muscular, melhoria do sono, da fadiga e da depressão. O exercício físico parece igualmente contribuir para a redução do risco de recidiva da doença, redução da mortalidade por cancro e por qualquer causa, bem como para a melhoria da
eficácia e tolerância ao tratamento anticancerígeno.
O exercício físico é seguro, e os benefícios são superiores em programas de exercício supervisionado e prescrito por profissionais especializados, em estreita articulação com a equipa médica e devidamente adaptados à condição do doente.
No passado dia 6 de Abril foram publicadas pela DGS as recomendações para o
exercício físico na doença crónica – nomeadamente na doença oncológica – o que se traduz num marco no reconhecimento da sua importância.
Dr. André Andraz Cruz
– Formação pós-graduada em Patologia Gastro-Intestinal e Hepato-Bilio-Pancreática;
– Consultoria científica na indústria farmacêutica;
– Colaborador no Curso de Ciências Biomédicas e no Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Algarve