Já alguma vez se questionou que impacto pode ter na sua saúde a mudança de hora? O que representa afinal uma hora, sessenta minutos ou três mil e seiscentos segundos?
Representa 4% de um período de 24 horas e por isso mesmo é importante…
Será que terá o mesmo impacto atrasarmos uma hora, como neste período, ou adicionarmos uma hora em meados de março do próximo ano?
Parece que adicionar uma hora ao nosso sono tem um impacto mínimo na nossa saúde, já quando retiramos em março o impacto não é tão diminuto. Este acontecimento parece criar uma cascata de eventos no nosso sistema biológico, analogamente como que um efeito dominó.
Existe, desde logo, uma disrupção da nossa homeostasia (estado de condições internas, físicas e químicas constantes mantidas pelos sistemas vivos). O corpo humano aprecia e prospera com a rotina e o equilíbrio, para que possa manter um funcionamento consistente. Assim, embora uma hora não pareça muito esta acaba por perturbar esse equilíbrio.
Parecem também existir evidências que descrevem uma maior fadiga, perturbações cognitivas e alterações de humor por essa mesma alteração. O ritmo circadiano controla a libertação de determinadas hormonas no corpo relacionadas com o humor, fome e sono. Em resultado disso o corpo pode experienciar desconforto e dor.
Para além do acima mencionado, existem referências a um maior número de acidentes rodoviários e mortes; um aumento brusco de AVC´S (em populações mais suscetíveis) e depressão.
Apesar de existir a necessidade de se estudar muito mais esta temática a manutenção de um horário de verão parece estar mais desalinhado com a biologia circadiana humana.
Portanto, uma hora comparada às restantes vinte e três horas parece importar, merecendo maior cuidado caso o nosso propósito seja melhorar a nossa saúde.
A PTX – Personal Training Excellence refere por diversas vezes os pilares da saúde, onde um deles assenta no sono. Estas indicações reforçam a ideia de uma boa higiene de sono e algo que todos devemos considerar numa abordagem mais holística ao bem-estar e não apenas com referência à prática de exercício físico.
Bons treinos.
Referências:
- Johnson, K.G., Malow, B.A. Daylight Saving Time: Neurological and Neuropsychological Implications. Curr Sleep Medicine Rep 8, 86–96 (2022). https://doi.org/10.1007/s40675-022-00229-2.
- Rishi MA, Ahmed O, Barrantes Perez JH, Berneking M, Dombrowsky J, Flynn-Evans EE, Santiago V, Sullivan SS, Upender R, Yuen K, Abbasi-Feinberg F, Aurora RN, Carden KA, Kirsch DB, Kristo DA, Malhotra RK, Martin JL, Olson EJ, Ramar K, Rosen CL, Rowley JA, Shelgikar AV, Gurubhagavatula I. Daylight saving time: an American Academy of Sleep Medicine position statement. J Clin Sleep Med. 2020 Oct 15;16(10):1781-1784. doi: 10.5664/jcsm.8780. PMID: 32844740; PMCID: PMC7954020.