O bicípete braquial é um tecido muscular na região anterior do braço que apresenta principamente mecânica para a flexão do cotovelo e ombro, os exercícios bicípete curl com halteres e com cabos são dois dos exercícios que mais frequentemente observamos para estimular este músculo.
Especialmente no último (cabos) existem diversas variações: cabos a vir de lado, de frente, etc.
Que diferenças ocorrem quando decidimos optar por estes diferentes cenários? Para aclarar esta questão decidimos comparar o bicípete curl com halter vs. com cabos relativamente ao desafio para os flexores do cotovelo.
Na posição inicial, em ambos os exercícios, verificamos que o braço de momento (BM) para o cotovelo é praticamente zero logo não existe torque = resistência, a grande diferença será o comprimento muscular entre um e outro exercício. Sendo este músculo bi-articular, no exercício com cabos começamos numa posição mais curta à custa da flexão do ombro.
À medida que flexionamos o cotovelo percebemos que os braços de momento (BM) aumentam em ambos os exercícios, percetível também os eixos potenciais de força sobre o pulso e ombro. Novamente a grande diferença, ao nível do esforço, será o comprimento muscular mais curto no exercício com cabo.
Por fim, na posição final do exercício, verificamos que os respetivos braços de momento diminuem, mas de forma mais significativa no exercício com halter.
No caso do exercício realizado com o cabo, se utilizarmos maiores cargas, será talvez interessante manipular a direcção do mesmo pois provavelmente não conseguiremos dessa forma alcançar o comprimento mais curto do músculo, neste exercício, e começamos a socorrer-nos de uma maior flexão do punho, descurando a performance interna que visa uma maior deformação do tecido muscular.
Outra questão prende-se com uma maior restrição do tronco, pois esta força não atua unicamente sobre o cotovelo, punho ou ombro, assim como a execução do exercício de forma unilateral abre também forças noutros planos sobre a mesma estrutura.
Maior suporte para o braço seria outra solução interessante porque as nossas escolhas estarão sempre condicionadas pela procura um comprimento muscular mais competente para a ação a decorrer.
Na nossa análise final parece-nos que diferentes cenários mecânicos são interessantes na estimulação do bicípite braquial pois é de todo impossível estimular, com um único exercício apenas, todo o potencial comprimento do músculo. Questões como as que acima colocamos devem ser ponderadas e soluções encontradas para melhorar a consecução do objetivo do exercício.
Continuação de bons treinos.
Referências:
- Adaptado de: RTS (Resistance Training Specialist) – Tom Purvis.