Olá Mister Sérgio Vieira! Antes de mais muitos parabéns pelo seu brilhante percurso como treinador, e claro, como seria inevitável, muitíssimo obrigado pelo enorme contributo nesta proeza de devolver o Farense aos principais palcos do futebol Português, um feito que tem tanto de desejado como de merecido pela grandeza que é reconhecida a este histórico clube que, para além de ser um grande orgulho para a cidade de Faro, é também um símbolo da região do Algarve e que tem a capacidade mobilizar e conquistar a admiração dos adeptos em Portugal e até em vários cantos do mundo.
1- Quais os principais objetivos que tem para a sua carreira?
“Os principais objetivos que tenho são de crescer de forma sustentada e credível no sentido único de atingir o máximo possível que um treinador pode conquistar. Treinar os maiores e melhores clubes do mundo, conquistando todos os títulos possíveis é o foco que me preenche a todo momento!”
2- Qual o segredo para a excelente época que realizaram?
“Não existiram grandes segredos, apenas lógicas de trabalho em equipa sustentadas pela competência de todos os envolvidos e com uma liderança assente em valores humanos de grande valor ético e moral.De uma forma natural, todos se superaram no sentido de ultrapassar as dificuldades inerentes ao passado recente a nível estrutural, fazendo com que as nossas “fraquezas” se tornassem “forças”. Presidente e respetiva estrutura, equipa técnica e jogadores conseguiram manter o foco no objetivo máximo que tínhamos para a época, lutar pela subida. Superámos esse objetivo de lutar pela subida, estando toda a época nesse mesmo lugar de subida. Foi realmente uma excelente época do ponto de vista do compromisso com a instituição, do respeito e carinho pelos nossos adeptos, honrando a magnifica cidade de Faro e Região do Algarve.”
3- Tem um estilo interventivo no banco mas simultaneamente pautada pela serenidade nos jogos. Será com certeza fruto do trabalho ao longo da semana. Como é uma semana típica do treinador Sérgio Vieira no Farense?
“A alternância entre as intervenções no banco e as pausas para observação das acções coletivas e individuais no decorrer do jogo fazem parte de uma dinâmica própria de condução do jogo. Existem jogos e momentos da época em que existe necessidade de uma maior intervenção enquanto em outros jogos ou momentos da época é importante a observação para posterior reflexão e intervenção.A semana de trabalho vai depender sempre do “timing” do jogo, número de treinos, objetivo e característica da competição. Mas numa semana típica, iniciamos a semana com um processo de recuperação para os jogadores que estiveram em competição na jornada anterior, enquanto a outra parte do grupo realiza uma processo de treino de forma a equilibrar as cargas e o nível de performance. Continuamos a restante semana com processos de treino que visem desenvolver e numa fase posterior estabilizar as diferentes capacidades físicas entrelaçadas com componentes técnicas, táticas e cognitivas. A componente estratégica é também um factor colocado entre os objetivos das sessões de treino, sendo que os últimos treinos da semana terão especial ênfase neste aspecto com a introdução de algumas nuances do adversário.”
4- Como deve coabitar o treino técnico-tático com o treino físico?
“O treino técnico-tático e o treino físico devem acontecer, na maioria das vezes, em simultâneo e de uma forma dinâmica, específica e dirigida para a identidade do jogo, com representações reais daquilo que queremos que aconteça na nossa forma de jogar. Existe porém, a necessidade de realizar algumas sessões complementares no que diz respeito à prevenção de lesões e desenvolvimento de capacidades físicas a nível individual. As sessões complementares que visam desenvolver a força especifica, a agilidade, a coordenação entre outras, são determinantes para potencializar os jogadores do ponto de vista físico.”
5- Quanto ao papel que pode ser desempenhado pelos PT´S já temos assistido virem a público 2 posições distintas: houve até uma polémica por haver quem considerasse que existiria uma interferência dos PT’S (contratados fora do clube) no treino físico e que acabou por ter responsabilidade direta na lesão de um jogador… outros colegas têm uma perspectiva diferente ao considerarem que os PT’S tinham um papel importante na preparação física. Qual a sua posição?
“A minha posição é que os PT’S têm um papel importante no período transitório. Depois de terminadas as competições, determinados jogadores podem abandonar por completo a prática desportiva com a intenção de descarregarem por completo o stress física e mental acumulado durante toda a época. O problema é que esse processo pode levar a regressão em demasia de determinadas estruturas musculares e isto ser um problema no retorno aos treinos e competição, desta forma acredito ser vantajoso o acompanhamento de profissionais especializados e que possam ajudar na gestão de um processo de treino muito mais leve para manter uma base que sirva de trampolim para quando se aproximar o regresso aos treinos.”
Sérgio Agostinho de Oliveira Vieira, breve apresentação profissional:
- Atualmente a frequentar UEFA PRO (IV Nível) (Federação Portuguesa de Futebol/ UEFA)
- UEFA Advanced Course (III Nível) (Federação Portuguesa de Futebol/UEFA)
- Curso II Nível (Federação Portuguesa de Futebol/UEFA)
- Curso I Nível (Federação Portuguesa de Futebol)
- Curso de Informática e GESTÃO (NUFEC – Núcleo de Formação, Estudos e Consultoria, LDA)
- Licenciado em Treino de Alto Rendimento Desportivo (ESDRM – Escola Superior de Desporto de Rio Maior)
Experiência/ clubes mais recentes:
- 2019/ 2020 – S.C. Farense, Algarve Futebol SAD – Treinador Principal (Vice-campeão, promovido à 1a Liga)
- 2018/2019 – F.C. Famalicão – Treinador Principal (Deixou o clube à 26º jornada, Vice-campeão, promovido à 1a Liga)
- 2017/2918 – Moreirense F.C. – Treinador Principal
- 2017 – São Bernardo -Treinador Principal
- 2016 – América Mineiro – Treinador Principal
- 2016 – Ferroviária – Treinador Principal
- 2015 – Guaratinguetá – Treinador principal
- 2015 – Atlético Parananense – Treinador (S23) / Treinador Principal
- 2013/2014 – S.C. Braga – Observador/ Treinador Adjunto (Semifinalista da Liga Europa)
- 2012/2013 – S.C. Portugal – Observador (Finalista da Taça de Portugal)
- 2012/2011 – S.C. Portugal – Observador (Finalista da Liga Europa; Vice-campeão Nacional)
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