Consoante avanço na minha carreira, reparo numa polarização evidente entre os profissionais do exercício e os instrutores de fitness. Faço uma distinção entre estes dois papéis, porque ambos não são a mesma coisa. Considero que um profissional de exercício pode ser instrutor de fitness, mas nem sempre o inverso é possível.
O profissional de exercício físico é um indivíduo com um conjunto de ferramentas, métodos e conhecimentos, que visa a construção de treinos adaptados aos objetivos específicos e únicos do cliente, respeitando os seus limites fisiológicos e biomecânicos.
O instrutor de fitness (mais concretamente das aulas de grupo) é um indivíduo que apresenta treinos w e genéricos, que permitem a massificação da atividade física. Apesar da falta de individualização do treino, esta generalização trabalha a componente mental e social do ser humano em grupo, levando a sensações de bem-estar nos seus praticantes.
Participo em ambas as atividades e não troco nenhuma pela outra, porque ambas têm as suas valências bem afirmadas. No entanto, como profissional responsável em ambas, devo saber como articular a sua prática a cada um dos meus utentes, pois há momentos e condições propícias para fazer aulas de grupo e, noutras alturas tais condições não se apresentam.
Recordo que a Organização Mundial de Saúde classifica “saúde” como a ausência de doença e presença de um bem-estar FÍSICO, SOCIAL E MENTAL. O que me parece uma definição bem válida e lógica.
Por isso, como tudo na vida, cada caso deve ser ponderado com profissionalismo e franqueza, para saber em que direção orientamos o nosso utente, nunca descurando os benefícios que cada ferramenta e prática nos pode conferir!