O interesse em perceber os efeitos do exercício físico após uma refeição é cada vez maior e, recentemente, têm-nos chegado interessantes discussões nesse sentido.
A sabedoria popular já sugeria “mais saúde” para quem se movia após o término de uma refeição, e a Universidade de Toronto veio suportar algumas dessas crenças apresentando os resultados de um estudo, por si realizado, para percebermos os efeitos de pequenos “snacks” de exercício físico (como, por exemplo, andar ou realizar exercícios com o peso corporal – agachamentos) na capacidade de utilização de aminoácidos para a síntese proteica (processo essencial para que ocorra a manutenção e o crescimento celular).
O quebrar longos períodos de inatividade revelou-se também muito importante na melhoria da capacidade de reparação muscular.
Adicionalmente, o professor Daniel Moore, autor principal do estudo, referiu que: “acreditamos que o mexer-se após comermos evidencia uma melhoria na nossa nutrição e permite que aminoácidos de refeições de menor qualidade sejam utilizados de forma mais eficiente”.
Longos períodos de inatividade, entenda-se estar sentado, prejudica a glicemia pós-prandial (aumento do nível de glicose na corrente sanguínea cerca de 10 minutos após uma refeição), dislipidemia (níveis anómalos de lípidos no sangue) e a sensitividade à insulina, independentemente dos níveis de saúde do individuo. Estes resultados demonstram a importância de interromper longos períodos de inatividade com pequenas formas de movimento como os acima referidos.
Estas são pequenas estratégias que a grande maioria da população pode utilizar, seja após as refeições seja com recurso a interrupções periódicas para quebrar longos períodos de estar sentado no seu local de trabalho.
Continuação de bons treinos.
Referências:
Moore DR, Williamson EP, Hodson N, Estafanos S, Mazzulla M, Kumbhare D, Gillen JB. Walking or body weight squat “activity snacks” increase dietary amino acid utilization for myofibrillar protein synthesis during prolonged sitting. J Appl Physiol (1985). 2022 Sep 1;133(3):777-785. doi: 10.1152/japplphysiol.00106.2022. Epub 2022 Aug 11. PMID: 35952344.