Segundo a OMS, a escoliose afeta cerca de 2 a 4% da população mundial.
A escoliose é caracterizada pelo desvio lateral da coluna, formando uma curvatura anormal que pode afetar tanto a região lombar, torácica ou cervical e pode apresentar a alteração em diferentes graus e tipos, podendo dar a origem a perturbações tanto ao nível estético como funcional, causar dores ou até mesmo comprometer a função pulmonar.
As curvas da coluna vertebral permitem o corpo a manter o alinhamento, o equilíbrio e suportar cargas. No entanto, quando existem curvas anormais na coluna vertebral, estamos perante um caso de escoliose e a coluna apresenta uma curva para um dos lados, em forma de “C” ou “S”.
A escoliose pode ser classificada entre 5 níveis diferentes:
– Até 10 graus: curva fisiológica, geralmente sem necessidade de tratamento;
– Entre 10 a 20 graus: curva leve, que pode já requerer a necessidade de acompanhamento especializado;
– De 20 a 40 graus: curva moderada;
– Mais de 40 a 45 graus: curva moderada a grave.
A escoliose pode ser congénita, ou seja, o indivíduo já nasce com ela, ou pode ser neuromuscular, resultado de algum processo do corpo, como, por exemplo, um crescimento muito rápido e acelerado, resultado da puberdade, ou uma assimetria das pernas que é compensada pelo desvio da coluna.
Existe ainda a escoliose idiopática, cujas causas não podem ser devidamente identificadas.
Entre os sinais que poderão evidenciar uma de escoliose, podemos destacar:
– ombros e quadris assimétricos, sendo que um lado é mais alto do que o outro;
– cintura e costelas que parecem estar desviadas para um dos lados do corpo;
– mamilos em alturas diferentes;
– possibilidade de ver as escápulas em apenas um dos lados do corpo
– desconforto muscular.
Apesar de em alguns casos chegar a ser necessário recorrer à cirurgia, em muitos outros pode nem comprometer a vida diária e o exercício de acordo com as características individuais pode ser uma importante ferramenta na saúde e bem-estar nestes casos.
Embora, em contexto de ginásio ainda esteja um pouco enraizada a implementação de análises e interpretações com base em sinais visuais, na postura e “alinhamentos” é importante deixar claro que deve ser o médico a diagnosticar a escoliose com os respetivos exames.
Por outro lado é importante ressalvar que atuação do profissional não se deve resumir à aplicação de programas e protocolos que prometem corrigir uma escoliose.
O profissional do exercício deve ter a capacidade e as ferramentas necessárias para perceber as características individuais de cada corpo de forma a que em primeiro lugar se consiga manter as capacidades funcionais e evitando que estas se degradem.
Apesar de não ser garantido que a ação muscular possa alterar e corrigir uma estrutura óssea, optimizar e aumentar a tolerância dos tecidos contrácteis que envolvem a coluna terá sempre um impacto positivo nessa estrutura e respetivas funções.