A perda de densidade mineral óssea é um flagelo que afeta muitos portugueses, especialmente do género feminino. Com uma população cada vez mais envelhecida a sua incidência também aumenta, podendo tornar-se num problema de saúde pública.
As alterações fisiológicas que decorrem do envelhecimento condicionam em parte esse cenário e resultam na redução da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, promovendo a fragilidade do mesmo e consequentemente a predisposição a fraturas.
Sabemos que não podemos controlar fatores genéticos e ambientais, mas como treinadores devemos estar conscientes deste fenómeno para poder ajudar os nossos clientes a prevenir e combater esta forte possibilidade.
Portugal possui uma população de 4,5 milhões de pessoas acima dos 50 anos, portanto a nossa amostra é enorme e são esses que carecem de mais apoio.
Alertamos que este problema deve ser encarado numa perspetiva multidisciplinar, com outros agentes da saúde a contribuir de forma decisiva no combate a esta problemática.
Perda de densidade mineral óssea e exercício físicoDo ponto de vista do exercício físico a realização de treino de força parece ser a forma mais eficiente de promover a melhoria da densidade óssea, tanto em mulheres como pessoas mais velhas e da sua manutenção em homens. O desenvolvimento de massa muscular e força são cruciais para a formação de tecido ósseo.
Outras formas de exercício podem ser interessantes, nomeadamente com mais impacto, mas a nossa sugestão é que deve haver uma avaliação cuidadosa nesse sentido, o risco/benefício inerente ao exercício deve ser ponderado noutras situações que podem condicionar a sua utilização. No final, uma boa dose de bom senso deve imperar.
Existem depois formas de atividade física mais abrangentes, como a caminhada, que apesar daquilo que os estudos indicam, não ser tão eficiente como o treino com resistências, a sua adoção poderá ser um veículo para uma vida mais ativa e quem sabe motivar para a concretização do treino de força e obter ótimos resultados por esse meio.
A sensibilização para este fenómeno é o nosso principal objetivo, assim como evidenciar os benefícios do treino de força. Caso se encontre nesta situação fale com o seu médico, obtenha aconselhamento nesse sentido, procure também um nutricionista que a(o) possa ajudar na otimização da sua alimentação e dê uma oportunidade à prática de exercício físico, com o aval médico, e poderá beneficiar de uma experiência segura e recompensante.
Referências:
- Cdn.publisher.gn1.link: https://cdn.publisher.gn1.link/ggaging.com/pdf/v6n4a06.pdf
- McMillan, L.B., et al. 2017. Prescribing physical activity for the prevention and treatment of osteoporosis in older adults. Healthcare, 5 (4), e85.
- População residente, média anual: total e por grupo etário: https://www.pordata.pt/Portugal/Popula%c3%a7%c3%a3o+residente++m%c3%a9dia+anual+total+e+por+grupo+et%c3%a1rio-10-1144
- Watson SL, Weeks BK, Weis LJ, Horan SA, Beck BR. Heavy resistance training is safe and improves bone, function, and stature in postmenopausal women with low to very low bone mass: novel early findings from the LIFTMOR trial. Osteoporos Int. 2015 Dec;26(12):2889-94. doi: 10.1007/s00198-015-3263-2. Epub 2015 Aug 5. PMID: 26243363.