Haverá relação entre a atividade física na idade adulta e redução de custos ao nível de saúde em idades mais velhas?
Especula-se que o investimento na mobilização de mais pessoas para a prática de saúde pode representar um decréscimo em gastos de saúde para com essas mesmas pessoas porque necessitarão menos de recorrer aos mesmos, contudo essa relação ainda é muito limitada pela informação disponível.
Nesse sentido, nos Estados Unidos, procurou-se investigar a associação entre a prática de atividade física nas idades adultas e os custos associados na velhice em termos de saúde.
Alertamos desde logo para a especificidades do próprio país, não só ao nível de toda a política de saúde como o comprometimento para a realização de atividade física e dieta dos próprios americanos. Mas mesmo assim achamos que podemos retirar algumas ilações interessantes que possam servir de fundamento para futuras políticas neste sentido.
Para o efeito, utilizou-se dados fornecidos pela Medicare – sistema de segurança de saúde gerido pelo governo dos EUA e destinado a pessoas de igual ou idade superior a 65 anos, e tentou-se examinar as associações entre o espectro de participação em rotinas de atividade física em vida adulta e os custos para a Medicare.
De forma resumida percebeu-se que adotar e manter um estilo de vida fisicamente ativo, na idade adulta, foi associado a custos mais baixo com a Medicare.
– Os que aumentaram a sua atividade física no início da idade adulta incorreram nos menores custos médios anuais do Medicare em idades mais velhas;
– Comparativamente aos adultos inativos, os adultos que mantiveram níveis moderados ou altos de atividade física durante a vida adulta também incorreram em custos de saúde significativamente mais baixos.
O estudo assim sugere que os custos com saúde poderiam ser reduzidos por meio de esforços na promoção da saúde que forneçam acesso e oportunidades para a participação em atividades físicas durante a vida adulta.
Alimentar a mensagem de que é importante continuar a praticar atividade física para além da adolescência, de forma consistente, é chave neste ideal. Aliás porque aqueles que eram ativos no início da sua vida adulta, mas na meia-idade inativos não beneficiaram na redução de custos após os 65 anos, aliás os seus custos eram equivalentes aos de pessoas que foram consistentemente inativas ao longo da sua vida.
A PTX anseia, pois, pela criação de mais e melhores políticas nacionais e regionais, em particular no concelho de Faro onde estamos localizados, para a promoção da prática de atividade física onde todos os profissionais de saúde e exercício possam dar o seu contributo para o efeito.
Bons treinos.
Referências: