O envelhecimento é caracterizado por um declínio de tecido muscular esquelético, ao que já designamos de sarcopenia, é reconhecido como uma característica universal do envelhecimento em várias espécies.
A partir dos 40 anos de idade, a massa muscular e força decaem a uma taxa de cerca de 2% por cada década e a massa gorda aumenta, aproximadamente, 7,5% pelo mesmo período de tempo. O decréscimo da primeira pode mesmo atingir valores tão altos quanto 2,8 – 3,6% por ano!
Contudo, as maiores mudanças ocorrem a partir dos 50 anos de idade, onde mais de 15% de perda de força muscular ocorre por década. Esta deterioração torna mais fácil aumentar de peso, promove um metabolismo deficiente para a saúde, leva a maior resistência à insulina e aumenta o dano provocado por quedas e outras causas de mortalidade.
Ao termos mais massa muscular, por outro lado, tem o efeito oposto, isto é, melhor sensibilidade à insulina e tolerância à glicose, ossos mais fortes e longevidade aumentada.
A nossa capacidade aeróbia, que é a nossa capacidade máxima de utilizar oxigénio durante a realização de atividade física/exercício físico, tende a declinar a partir dos 50 anos de idade. Um grande estudo realizado em 2011 encontrou uma correlação direta entre a velocidade da marcha e sobrevivência em idades mais avançadas. Para caminharmos necessitamos de energia, controlo motor, fitness e desafia o corpo numa dose, muitas vezes adequada para a maioria.
Mas o mais importante é que a sarcopenia e o declínio da aptidão física são primariamente atribuídos a uma vida sedentária e não necessariamente ao envelhecimento.
Atualmente a grande maioria dos humanos está comprometida com menores níveis de atividade física e por isso mesmo não utilizam os seus músculos numa dose adequada. Em ordem para mantermos um bom nível de massa muscular tem de haver um estímulo suficiente na forma de resistência ao recrutamento de fibras musculares ou simplesmente realizar mais exercício físico (treino de força). Está demonstrado que o treino de força pode aumentar a massa muscular não só nas idades mais novas como as mais velhas.
Por isso apesar de as perspetivas nunca melhorarem diríamos que a qualidade ou a taxa a que o declínio acontece depende em grande medida de nós próprios e das nossas escolhas.
No final o nosso conselho só pode ser um: comprometa-se com a prática combinada de exercício físico e atividade física.
Bons treinos.
Referências:
- DiNicolantonio, J., & Land, S. The immunity fix;
- Studenski, S. (2011). Gait Speed and Survival in Older Adults. JAMA.