A PTX tem na sua essência uma certa inquietude e por vezes sente a necessidade de fomentar a reflexão sobre temas relacionados com o exercício e saúde que consideramos pertinentes para a comunidade. Esta semana publicamos uma reflexão mais pessoal e até mais íntima do que o habitual.
Cada vez mais somos confrontados com as preocupações de inúmeros pais em relação à saúde dos seus filhos a nível físico mas também psicológico e emocional.
Os progenitores sentem a necessidade de partilhar o que consideram ser graves lacunas no seio das novas gerações, nomeadamente:
– Consideram os seus filhos descoordenados e acreditam que isso resulta numa resistência ao exercício e constitui uma barreira em relação às atividades que incluam outras crianças/ jovens. O PT acaba por constituir uma espécie de “tábua de salvação” para que estes jovens não se entreguem a uma inércia física preocupante;
– Passam cada vez mais horas isolados em frente aos ecrãs adquirindo “más posturas” e comprometendo a interacção e o desenvolvimento de competências sociais. Esta realidade torna-se ainda mais preocupante quando se constata que mesmo nas férias, quando os pais fazem um esforço para proporcionar novas experiências, os seus filhos ao invés de se inserirem outros ambientes, contactarem com a natureza, desfrutarem do nosso clima e das nossas praias, fazerem novos amigos, estes optam por permanecerem em espaços fechados dedicando-se aos videojogos, a assistirem séries ou, mais preocupante, a interagirem com os amigos com que estiveram o ano inteiro através das redes sociais ( embora agora com a atenuante da situação pandémica que condicionou esses convívios e obriga a restringir os contactos).
Será um pouco intrínseco ao ser humano revelar preocupação em relação aos mais novos. A verdade é que as crianças e os jovens de hoje estão a perder aprendizagens importantes e as suas férias incluem cada vez menos momentos como: corridas na praia entre amigos, ver quem nada mais rápido até ao ponto X , jogos de futebol espontâneos, competições de verão, descobrir novos caminhos de bicicleta…
Um estilo de vida sedentário a partir de idades tão precoces faz com que os jovens comprometam a sua saúde cardiovascular, óssea e aumenta a probabilidade de excederem o peso recomendado. A falta de atividade física tem um grande impacto no desenvolvimento de um adolescente.
Praticar exercício físico regularmente e estar inserido num ambiente competitivo saudável durante a adolescência apresentam várias vantagens, como aprender a importância do esforço e da disciplina e da capacidade de superação.
A adolescência é também uma fase de muitas mudanças a nível físico e emocional e constitui um período delicado para os mais jovens. O exercício físico pode contribuir para evitar sintomas como ansiedade, o stress e melhorar o humor. Não menos importante ajuda a regularizar o descanso e a ter uma melhor qualidade de sono.
Para além de melhorar a saúde articular e de prevenir problemas músculo-esqueléticas no futuro, o exercício vai ajudar o jovem reduzirá a sentir-se confortável com o seu aspeto corporal e a melhorar a sua auto-estima e confiança.
O exercício é também uma excelente forma de promover a socialização entre os adolescentes, ajudando-os a construir um sentimento de pertença, a criar a sua identidade e evitar o isolamento social.
No que toca ao aproveitamento escolar há também cada vez mais sólidos estudos que relacionam um melhor desempenho escolar com a prática regular de atividade física.
Urge implementar uma mudança estrutural na sociedade de forma a que se priorize o exercício para que não se percam capacidades, competências e valores essenciais.
Vamos ajudar os nossos jovens!