O treino online tem vindo a ganhar alguma expressão nos últimos tempos no mercado do Fitness.
Por um lado podemos enaltecer o facto do conceito de treino online poder contribuir para o aumento do número de praticantes de actividade física e de eventualmente poder democratizar um pouco o acompanhamento por um profissional. É inegável que um treinador pode chegar a mais pessoas, a uma área geográfica maior, e com isso rentabilizar mais o seu tempo sem sair de casa e eventualmente lucrar mais com menos esforço, algo que é legítimo e seria hipocrisia não reconhecer que é uma ambição transversal a qualquer área.
No entanto, como treinadores, não nos podemos demitir das nossas responsabilidades nem deixar de questionar se existe efectivamente acompanhamento e se não estaremos a assistir a uma massificação de um serviço que pode implicar riscos. Alertamos para alguns factos que devem ser tidos em conta quando um praticante está a ponderar entre optar por um acompanhamento online ou acompanhamento presencial.
– Será possível avaliar e perceber a real disponibilidade neuro-músculo-articular do aluno? https://ptxexcellence.com/pt/treino-personalizado/
– Será possível o professor perceber como funcionam os equipamentos em que o aluno irá treinar e explicar o que se deveria fazer para adaptar os mesmos à condição da pessoa? Falamos mais especificamente em manipular os perfis de resistência dos equipamentos para que se tornem mais ajustados e ajudar a melhorar a saúde dos alunos em vez de a comprometer. Por muito bem equipado que um ginásio esteja, convém não esquecer que as máquinas seguem um padrão standard, logo quando falamos em individualizar o exercício de acordo com as características de cada um, existem alguns aspectos a ter em conta. Portanto, manipulá-las estrategicamente como por exemplo: adicionar elásticos, fragmentar as amplitudes do movimento, alterar a altura, utilizar cargas adicionais como contrapeso, etc… poderá ser essencial para potenciar uma contratibilidade muscular óptima.
– Será possível analisar o movimento do aluno e identificar padrões compensatórios dos mesmos?
– Será possível criar os constrangimentos necessários para melhorar aprendizagem do aluno?
– Será possível dar feedbacks assertivos para que o aluno sinta o que realmente deve sentir e com isso preservar a sua integridade e aumentar a intensidade?
– Será que não estamos tendencialmente a prescrever uma receita que pode ser um jogo de sorte ou azar (50/50)? http://gymfactory.pt/magazine/gestao/32-analise/68-mais-autenticidade-para-o-fitness-sine-qua-non
– Será que o aluno conhece realmente o profissional e as respectivas habilitações de quem está a prescrever o programa?
Estas são algumas das questões que achamos importantes ter em conta antes de escolher um serviço. Acreditamos que sem conhecer a fundo estes aspectos poderá ser difícil prestar um serviço seguro que promova experiências saudáveis e produtivas. Será tudo isto concretizável numa abordagem de treino não presencial?
Bons treinos e boas escolhas!
Texto de Gonçalo André