Após já termos escrito um texto sobre o que é a excelência no Fitness, esta semana falamos sobre simplicidade. E agora pode estar a perguntar o que estes conceitos têm em comum? Nós entendemos que estão intimamente relacionados.
Em primeiro lugar é importante perceber que ser simples é diferente de ser simplista.
O primeiro conceito pode definir-se da seguinte forma: “Que não apresenta dificuldade de compreensão ou complexidade desnecessária…Que não tem ornamentos excessivos…”
Já o segundo está associado ao “defeito de raciocínio que consiste em encarar um problema pelo seu aspeto mais simples, pondo de parte dados fundamentais…” ou:” …tendência para evitar ou ignorar os aspetos mais complexos das coisas.”
Portanto, trabalhar de forma simples não significa ser negligente, descurando aspetos relevantes ou complexos. Também não significa que seja necessário seguir uma receita ou uma forma padronizada de trabalhar que procuram servir o máximo de pessoas mas que no fundo, por não terem em conta que cada corpo é um corpo, que cada dia é um dia diferente do anterior e até por falta de suporte científico, acabam por não servir a ninguém.
A simplicidade no fitness consiste portanto na capacidade de descomplicar a complexidade do corpo humano e simplesmente conseguir direcionar o treino para as características individuais do aluno num dado momento.
No que toca ao exercício e saúde, a simplicidade é mesmo uma mais valia e o caminho para a qualidade e até mesmo a excelência.
Encarar cada sessão como um momento privilegiado para avaliar o aluno e verificar a sua disponibilidade neuro-músculo-articular é sem dúvida uma forma de tornar o processo mais simples, seguro e eficaz, de tomar decisões mais conscientes e fazer de cada treino uma experiência positiva e que realmente contribua para a sua qualidade de vida.
Não se esqueçam:
“Less is more” (Ludwig Mies Van Der Rohe)
Texto de Gonçalo André