A prática de exercício físico e desporto é considerada benéfica para a saúde mental, significando uma melhoria no humor e qualidade de vida. Da mesma forma que uma boa aptidão mental pode associar-se a um melhor estado físico e desempenho desportivo.
Esta ideia já vem subjacente no ideal latim “mente sã em corpo são”.
A melhoria da aptidão física é uma estratégia valiosa no combate aos estilos de vida menos saudáveis e melhoria da saúde mental, com especial impacto em adolescentes e jovens adultos.
A prevenção de distúrbios mentais neste período crítico baseia-se na promoção e participação desportiva, seja ela recreativa ou competitiva. Com efeito, o envolvimento em atividades desportivas é eficaz na redução dos níveis de stress, ansiedade, solidão e sintomas depressivos, entre outros.
Similarmente, no género feminino, o envolvimento em práticas desportivas poderá ser eficaz, especialmente, para enfrentar o período da peri-menopausa que resulta em alterações físicas, mentais e psicológicas adversas. Também para as jovens femininas a prática desportiva oferece um claro benefício.
No entanto, existem desvantagens pelo seu excesso na mesma saúde mental, aumentando potencialmente o abandono desportivo e aumento do risco de lesão.
Com base na narrativa que foi estudada, os mesmos autores evidenciam algumas dificuldades na clarificação de temas como a participação desportiva e exercício físico. Sabemos que as dimensões de ambas são significativamente diferentes o que para alguns autores consultados podem originar ainda mais confusão.
Interessante o suficiente é analisar a abordagem do estudo, pela sua atualidade, em atletas de elite e perceber de que forma podemos extrapolar algumas ideias neste grupo em particular.
Estes atletas estão mais do que quaisquer outros sujeitos a uma enorme pressão psicossocial e de desempenho. Para este grupo existe um vasto número de fatores promotores de stress, que não se limitam ao desempenho desportivo, entre os quais: exposição pública; transferências; contratos; compromissos com a sua equipa e comunicação social.
Alguns deles acompanham os atletas mesmo quando estes terminam as suas carreiras ou se aproximam do fim. A síndrome de overtraining define a sobrecarga física e psicológica dos atletas, onde estes enfrentam múltiplos stresses, podendo 10% dos quais alcançar um estado de burnout.
Numa perspetiva geral, a literatura parece confirmar com muitas evidências a existência de uma relação multifacetada entre a saúde mental e a saúde física. A consciencialização sobre estas questões, sejam eles atletas competitivos ou não, pode originar a criação de medidas de formação para quem lida com estas pessoas diretamente a fim de proporcionar o melhor cuidado físico e mental.
Referências: