Se tem acompanhado as nossas análises ao nível da mecânica dos diversos exercícios já terá reparado que em quase todas, se não todos, temos sempre utilizado halteres, cabos ou o peso do corpo, hoje vamos mais além e analisamos um exercício numa máquina de musculação – a “leg extension”.
E o que difere este exercício de tantos outros é que temos de contemplar a mecânica da própria máquina e analisar a forma como a resistência que chega ao executante varia ao longo do movimento articular.
Optamos por começar pela leg extension porque ainda é um exercício que gera muita controvérsia no meio dos profissionais do exercício e não só.
Alguma demonização deste máquina foi acontecendo, talvez devido à falta de capacidade de avaliar a mesma e perceber que nem todas são iguais, em termos do que oferecem. E quando isso acontece o profissional deverá saber identificar essas diferenças e tentar manipular as variáveis que tem à sua disposição para melhorar aquilo que poderemos chamar de entrega da resistência.
Simplificando a resistência que a máquina oferece deve variar de acordo com aquilo que é a nossa capacidade de produzir força. Da mesma maneira, repetindo o que já escrevemos em outros artigos, a resistência deve ser menor em posições de maior encurtamento muscular.
Olhando para a imagem percebemos que o braço de momento do exercício (BM – amarelo) é sempre o mesmo, no entanto algo mais está a acontecer que pode fazer variar a sensação do praticante… e neste exemplo está desenhado a vermelho.
Muitas máquinas possuem um dispositivo denominado “CAM” que basicamente manipula o braço de momento (BM – vermelho) logo a resistência que a máquina oferece.
Infelizmente na máquina ilustrada, e fazendo apenas uma análise a olho nu, percebemos que esse BM (vermelho) pouco ou nada se altera.
Outras máquinas apresentam mecânica melhor e outras bem pior… tornando o exercício mais difícil onde deveria ser mais fácil.
Neste caso em particular arriscamo-nos a dizer que a resistência se mantém constante ao longo do movimento articular e que certamente temos de modificar algo para tornar a experiência mais assimilável pelo executante. Porque a entrega de resistência tem de estar otimamente em sintonia com o praticante.
Continuação de bons treinos.
Referências:
- Adaptado de: RTS (Resistance Training Specialist) – Tom Purvis;
- https://corehandf.com/the-first-name-in-strength/