É do senso comum, que com o avançar da idade o ser humano começa a perder algumas capacidades físicas associadas à longevidade e qualidade de vida. Neste artigo vamos focar-nos essencialmente na osteoporose e sarcopenia, que se caraterizam respetivamente pela diminuição da massa óssea e da massa muscular. Como iremos ver mais à frente estas duas situações podem ter uma relação muito direta e beneficiam mutuamente com o treino de força.
No caso da osteoporose, estamos a falar de uma doença que afeta sobretudo as mulheres após a menopausa e população em geral após os 65 anos e que pode ter origem através do próprio histórico familiar (situação que o indivíduo não controla) ou pelo seu estilo de vida (sedentarismo, carências alimentares, etc.). Quanto à sarcopenia, não se trata de uma doença mas sim de uma consequência do processo de envelhecimento e é passível de ser revertida ou atrasada através do treino de força.
Fazendo um balanço daquilo que é a realidade atual, a verdade é que a esmagadora maioria da população idosa não pratica qualquer tipo de exercício e quando o faz opta maioritariamente por opções mais “seguras?” como caminhar. Existem inúmeras evidências científicas já publicadas, acerca das vantagens do treino com resistências naquilo que é o processo de hipertrofia muscular e no retardar do processo de perda óssea. A força produzida pela contração muscular durante o exercício, para além de potenciar a hipertrofia dos tecidos musculares estimulados, também ajuda a regular o processo de aumento da densidade óssea. As repercussões deste processo são inevitavelmente as melhorias ao nível da aptidão cardiorrespiratória, musculo-esquelética e neuro-motora, com tudo o que isso significa para o dia-a-dia do idoso. O simples facto de ter mais força vai possibilitá-lo de ter uma vida muito mais ativa, mais independente e sobretudo prevenindo o risco de quedas e possíveis fraturas ósseas.
É um facto que o boom do fitness é recente e a grande maioria das gerações mais velhas ainda não acompanham estas novas “modas” dos ginásios e dos personal trainers como um fator agregador de saúde, vendo-os muitas vezes apenas como locais onde o culto do corpo é sobrevalorizado. Cabe-nos a nós (gerações anteriores) essa responsabilidade, de desmitificar um pouco estas questões e incentivá-los a fazer exercício físico e a terem uma alimentação mais equilibrada.
Texto de Flávio Faísca