Treino
23 de Outubro, 2018

Entrevista do Dr Ivo Brochado à PTX

Dr. Ivo brochado, 35 anos, podologista desde 2005, estágio de 2 anos no Hospital Geral de Santo António, na consulta do Pé Diabético, especialização em cirurgia pelo New York College of Podiatric Medicine, membro da Associação Espanhola de Cirurgia Pé e Tornozelo, da Associação Espanhola de Cirurgia Mínima Invasiva e da Associação Portuguesa de Podologia. Com várias formações e especializações em cirurgia, com principal foco em cirurgia mínima invasiva do pé, praticante regular de ginásio fala um pouco do que é isto da podologia e de como pode ajudar desde o cidadão comum até ao atleta amador ou profissional.

Em Portugal o primeiro curso de podologia surgiu em 1994 resultado da necessidade de um maior conhecimento e especialização nesta área, não havia uma formação graduada que tratasse os pés e olhasse para os pés na sua plenitude. Hoje vários clubes já integram um podologista como o Sporting Clube de Portugal ou o Futebol Clube do Porto.

Diga-nos resumidamente no que consiste a prática de um podologista.

Leonardo Da Vinci disse “o pé humano é uma obra de arte e uma obra prima da engenharia”.

O pé é constituído por 26 ossos, 33 articulações e mais de 100 músculos e tendões. Os pés absorvem o impacto durante a marcha (graças à biomecânica dos seus arcos longitudinais), são a parte do membro inferior com função de base sólida e estável para o corpo, atuando como alavanca para a locomoção. Para realizar as atividades quotidianas, de lazer ou desportivas, é necessário a locomoção humana. Seja de forma estática ou dinâmica, ao apoiar o peso corporal sobre os pés a força da gravidade ativa um estímulo muscular, que faz com que o nosso corpo mantenha o equilíbrio nessa pequena base de suporte, esse é um dos principais motivos da importância de cuidar dos pés.

Com essa necessidade surge a podologia que é a ciência na área da saúde que analisa e investiga o membro inferior e tem como objetivo o diagnóstico e a terapêutica das patologias que afetam o pé e as suas repercussões no organismo humano.

Quais as situações mais frequentes com que se depara no seu consultório?

As situações clínicas mais comuns em consulta são variadíssimas, desde uma “simples” calosidade que dificulta o andar (tenho que alertar os leitores deste artigo que os calos NUNCA têm raízes, mas sempre uma causa, uma alteração no pé que provoca fricção, pressão excessiva em determinada área do pé, levando à formação de “excesso de pele” como medida protetora), até às muitas unhas encravadas que são extremamente dolorosas e incapacitantes, para além de perigosas.

Surgem, ainda, alterações estruturais dos próprios pés (os famosos joanetes, dedos em garra, etc…) e todos os tipos de alterações músculo-esqueléticas, tendinites de Aquiles, as bursites retrocalcâneanas, insuficiências do tibial posterior, síndromes do iliotibial, tendinites gemelares, etc.

Considera que algumas dessas situações podiam ser evitadas? Como?

É sempre melhor prevenir que remediar, e nós não temos essa visão na saúde. Uma avaliação periódica, com alguém especialista do pé, poderá evitar muitos problemas, como os que referi acima. Inclusive, uma unha encravada ou um calo altera a forma de andar, ou seja, adquire-se um caminhar antiálgico (contra a dor) e isso leva a repercussões no resto do aparelho locomotor. Um problema no pé não se manifesta e leva problemas apenas no próprio pé. Ele é a base!

Após a sua intervenção, pensa que haverá espaço para melhoria dos resultados se os pacientes tivessem um acompanhamento mais especializado ao nível do exercício físico e especialmente para algumas das situações que referiu acima?

Há espaço e deveria acontecer mais vezes.

Por exemplo, é de extrema importância, antes de se iniciar uma atividade desportiva, fazer-se uma avaliação biomecânica para o reconhecimento precoce das alterações estruturais e funcionais do aparelho locomotor, seja pela falta de alinhamento ao nível do joelho, falsas ou reais pernas curtas, alterações estruturais do próprio pé, ou pelo tipo de caminhar. Isto, permite que o atleta (profissional ou amador), ao conhecer melhor os seus movimentos específicos, seja uma pessoa mais consciente, podendo assim potenciar a sua performance através de exercícios específicos para alguns grupos musculares.

Também as situações que abordamos no ponto 2. são de considerar pelo desenvolvimento de atividades físicas.

Assim, é fácil perceber como o trabalho conjunto entre o podologista e o profissional do exercício físico previne a ocorrência de lesões resultantes destas alterações/complicações.

https://www.facebook.com/PodologistaDrIvoBrochado/

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