Aumentar a massa muscular, é sem dúvida um dos objetivos mais perseguidos por parte dos praticantes de exercício físico e frequentadores dos ginásios. Embora haja uma forte componente motivacional relacionada com a aparência física, os benefícios do treino para tentar aumentar a massa muscular não se esgotam na estética e são cada vez mais reconhecidas as suas vantagens para a saúde. Move os mais novos, mais velhos, homens, mulheres, praticantes de várias modalidades ou pessoas sem qualquer histórico de atividade física.
Pode, portanto, funcionar como um forte catalisador da prática de exercício físico e de um estilo de vida mais saudável. Logo, é importante ajudar o praticante a entender como se processa este fenómeno, perceber as respectivas reacções desencadeadas no corpo humano inerentes ao treino, bem como as ferramentas que o praticante pode ter ao seu dispor.
O grande interesse nas “fórmulas” e nas “receitas” para o alcance dos objetivos, leva a uma enorme divulgação de informação e partilha de experiências junto dos adeptos e praticantes do ginásio. Facilmente se tem acesso a vídeos, textos em blogues ou revistas sobre os melhores exercícios, os melhores métodos e até, os melhores planos de treino.
Infelizmente temos que reconhecer que o mediatismo destes conteúdos raramente é proporcional ao conhecimento e ao suporte científico dos mesmos. Apesar da informação se propagar mais rápida e facilmente do que nunca, a procura de respostas simples e rápidas por parte do praticante mais leigo deixa-o mais exposto e vulnerável.
Por outro lado, e não menos importante, temos que perceber que, mesmo a um nível científico, existem e sempre existirão estudos, desculpem a expressão: “para todos os gostos e interesses” no que toca a envolver métodos, técnicas e respetivas variáveis de treino como: intensidade, nº de repetições, nº de séries, frequência semanal, tipo exercícios, tipo de equipamentos, etc..
Ao profissional da área compete ter a capacidade de se abstrair das suas querenças na busca de informação e analisar a sua robustez mesmo quando esta informação não vai ao encontro da sua forma de trabalhar. Vontade de questionar de forma construtiva, adaptação constante e abertura à mudança são requisitos que permitirão aos treinadores fazer da sala de exercício um ambiente mais seguro e propício à aprendizagem.
Após este enquadramento vamos então abordar de forma mais concisa este tema. Para que o aumento de massa muscular ocorra, é necessário induzir o corpo a um stress físico que provoque as respetivas adaptações.
Este stress irá desencadear reacções mecânicas, metabólicas e neurais em função da forma em que é estruturada, da intenção e do tempo em que são aplicados estes estímulos.
Quanto mais favoráveis forem estes estímulos mais propiciadoras serão as adaptações do treino ao incremento da massa muscular.
É possível encontrar algumas recomendações mais generalistas e protocolizadas (que fazem todo o sentido e poderão ser um excelente ponto de partida) nomeadamente ao nível do volume, intensidade, recuperação para o objetivo de aumento de massa muscular, etc… contudo factores de grande variabilidade como a genética, o histórico de atividade física, o nível de treino, a fase em que o mesmo se encontra, factores ligados ao stress físico e psicológico do indivíduo conferem uma grande variabilidade e fazem com que o treino que potencie ao máximo as capacidades de um, seja ineficaz ou contraproducente para outro.
Ressalvamos que o treino para ser seguro deve ser abordado e planeado de forma individualizada. Tenha presente que não há “verdades absolutas” e, no que toca à sua saúde e à educação: “não há questões excessivas nem disparatadas”.
Consulte sempre um treinador em quem confie sem hesitar!
Gonçalo André