Hoje pegamos novamente num exemplo de “um mesmo exercício” realizado com dois objetos diferentes e tentamos perceber as diferenças entre ambos, para isso recorremo-nos ao “lateral raise” com halteres e com cabos.
No cenário do exercício lateral raise com halteres podemos perceber que o braço de momento (BM) para o ombro vai aumentando à medida que subimos o braço, até sensivelmente a altura do ombro. Isto significa que a resistência vai sempre aumentando, exposto para o plano das sensações – vai ficando cada vez mais difícil.
Já se realizarmos o mesmo exercício, lateral raise com cabos, podemos criar vários cenários, dependendo de onde no braço colocamos a resistência ou mesmo a posição inicial dos mesmos.
Estes dois aspetos podem e devem ser manipulados para que consigamos extrair todos os benefícios da concretização deste exercício.
Primeiro porque podemos alterar as forças articulares que atuam sobre o ombro, menos forças articulares menos stress na articulação, e segundo porque conseguimos criar um perfil da resistência mais congruente com a força que produzimos em concreto com o complexo do ombro.
Podemos perceber que nas posições iniciais dos dois exercícios o BM é completamente distinto, se no lateral raise com halteres é inexistente já o mesmo não acontece com cabos. Aliás é o maior em toda a amplitude do exercício.
Já à medida que elevamos lateralmente os braços no exercício com halteres os perfis invertem-se, fica mais fácil com cabos e mais difícil com halteres.
Por estas razões consideramos que o exercício com cabos é bem mais interessante, não apenas do ponto vista do controlo do movimento como da saúde articular.
O complexo do ombro, nomeadamente no movimento descrito, apresenta algumas fragilidades que entre bastantes razões podem dever-se a uma pobre estimulação mecânica, esperamos que esta análise permita-lhe melhorar essa situação e retirar mais dividendos do seu exercício.
Continuação de bons treinos.
Referências:
- Adaptado de: RTS (Resistance Training Specialist) – Tom Purvis.