O exercício de aberturas com halteres costuma ser uma escolha frequente pela sensação de “alongamento do peitoral” e da simples conclusão que daí advém um maior trabalho desse músculo.
Mas utilizar a “sensação” como referencial para a prática de exercício físico não é um bom princípio porque isso muitas das vezes não está alinhado com aquilo que realmente está a acontecer ou mesmo que seja o melhor para nós.
No exercício em questão (aberturas com halteres) verificamos que apesar deste parecer bastante analítico, afinal de contas só temos uma articulação em movimento, temos potencial de movimento noutras articulações que acabamos por negligenciar. Assim, neste cenário, o cotovelo e o punho também entram para a equação.
Mas vamos mais concretamente à articulação do ombro que é o que nos propomos analisar. Verificamos que na posição de maior alongamento temos uma braço de momento (BM – força para rotação) enorme para esta articulação e que na posição de maior encurtamento ou pelo menos quando o exercício deixa de fazer sentido o mesmo caí para zero. Significa que passamos de “tudo” para “nada”.
Eventualmente poderíamos considerar que o perfil de resistência (forma como a resistência varia ao longo do movimento articular do exercício) até que faz algum sentido, mas se nos debruçarmos um pouco sobre a fisiologia articular, muscular e pensarmos ao nível das forças sobre a articulação chegamos à conclusão que o potencial lesivo deste exercício é enorme.
Uma alternativa bem melhor seria optarmos por um press com halteres ou um press com barra.
As forças articulares são bem menores e o objetivo é cumprido.
Da mesma forma, realizar o exercício com cabos não elimina os seus riscos e tudo o que acima referimos, poderíamos sim efetuar algumas modificações a fim de acomodar, da melhor forma, o exercício à nossa tolerância.
Continuação de bons treinos.
Vamos prosseguir então com a definição dos braços de momento…