Duarte Arrais, licenciado em fisioterapia, osteopata Eur Osteo DO (membro da federação Europeia de Osteopatia) especialista em reeducação postural Global, especialista em terapia manual e fisioterapia avançada, nutriterapeuta, iridologista, medicina ortomolecular, termografia médica, etc.
Entrevista
Olá Duarte, como responsável/ diretor do Fisio Clube – Centro de Terapias Holísticas, explique-nos a importância e as principais vantagens de uma abordagem holística no tratamento dos pacientes?
“Desde cedo, assim que terminei o curso de fisioterapia deparei-me com muitas limitações nos tratamentos. Perguntava-me porque haviam casos que não melhoraram com a abordagem física que fazíamos. Neste sentido fui investigando e tirando formações e especializações noutras áreas.
Apercebi-me que existem muitas dores ou queixas físicas que têm outras causas, como por exemplo devido a problemas metabólicos, alimentares, psicológicos, mentais, e em muitos casos até falta de tempo para efetuar em qualquer tipo de atividade desportiva.
Não há corpo físico que aguente tantas horas sentado em frente ao computador, como muita gente que trabalha em escritórios 8h seguidas. Para tudo tem de haver um equilíbrio entre trabalho, descanso, lazer e desporto.
No método holístico tentamos ir à causa principal dos problemas sejam eles físicos, psicológicos, ou químicos (metabólicos).”
Pode ajudar esclarecer os nossos leitores e expor o que consiste a Osteopatia?
“A Osteopatia é mais um dos métodos e ferramentas essenciais que tenho para abordar a parte física. O que nos diferencia das outras clínicas de Osteopatia é o facto de quase não manipularmos. Efetuamos outro tipo de técnicas mais funcionais, que para mim são mais eficazes, menos agressivas e com menos riscos.
Uma das técnicas mais utilizadas na nossa clínica é a marquesa de Flexão Distração. Existem poucas em Portugal e na Europa. Esta técnica permite recuperar cerca de 80% das lombalgias, lombociatalgias e hérnias, mesmo algumas delas com indicação cirúrgica, numa média de três sessões.”
Como profissional de saúde, como surgiu e porque sentiu a necessidade de investir nesta área?
“Desde jovem que me interessei muito da área de desporto e musculação (comecei a praticar com 17 anos), principalmente o culturismo.
No entanto fiquei limitado desde jovem devido a uma patologia na coluna, o que me obrigou a uma cirurgia e a limitar a atividade física. Desde cedo comecei a lidar com a dor. Isto foi o que me impressionou e deu coragem e objetivo para entrar na área de reabilitação e recuperação.”
Atingi o meu objectivo trabalhando no desporto como Osteopata da FIFA durante cerca de 5 anos.
É um profissional muito bem referenciado no tratamento da dor. Aplica fundamentalmente a Osteopatia nos seus pacientes ou concilia com outros métodos e técnicas?
“Utilizo um leque muito diverso de técnicas as quais vou adaptando às necessidades de cada utente. Utilizo: Osteopatia, diferentes tipos de técnicas funcionais ou de trust, fisioterapia, KinesioTape, quiropraxia, flexão distração, terapia craniosacral, terapia miofascial, acupuntura, mesoterapia, Reeducação postural global, reabilitação na água etc.”
Apesar de ter uma agenda muito preenchida, sabemos que o exercício físico é uma faz parte do seu dia-a-dia. Para além disso, também é uma preocupação sua incentivar a prática de atividade física aos seus pacientes. Porquê?
“Tento fazer alguma atividade física pelo menos duas a três horas por semana. A gestão do tempo entre trabalho na clinica, gestão da clínica e ter tempo para uma família com 3 filhos, às vezes acaba por sacrificar uma outra hora de exercício, que muita falta me faz para me manter em forma.
Se não estivermos bem não podemos tratar os outros. Incentivo todos os meus utentes à prática de exercício físico adaptado às necessidades e capacidades de cada um.”
O Exercício Físico pode ser muito benéfico mas também pode ser muito invasivo. Costuma ser solicitado para tratar lesões resultantes da atividade física? Que recomendações gostaria de deixar aos nossos leitores para que preservem a sua integridade física.
“Exercício físico é muito importante e imprescindível para manutenção do equilíbrio geral do corpo humano. No entanto, às vezes há casos que pecam por excesso ou por defeito.
Vejo muitas vezes pessoas que estão tão viciados no exercício físico como numa droga. Não conseguem viver sem ele e não conseguem parar. Muitas vezes há pessoas que necessitam parar para recuperar a parte física e a mental vai abaixo! Temos de conseguir equilibrar o sistema mesmo sem a atividade física que mais gostamos. Se não podemos correr, andamos. Se não podemos levantar ferro no ginásio, fazemos outro tipo de treino sem cargas. Temos de saber adaptar muitas vezes a o treino a novas situações da vida.
Temos de ver o desporto como um meio para o equilíbrio da saúde.
Se forem em excesso como no caso das competições, pode deixar muitas sequelas graves no futuro.
Se não fizermos desporto também sofremos consequências como: osteoporose precoce, problemas posturais, atrofia muscular, problemas cardiovasculares, alterações na saúde mental etc…
Para mim tudo tem de ter um Equilíbrio. E é nesse equilíbrio que existe a felicidade!
Queria agradecer-vos e enaltecer o grande desenvolvimento e empenho nesta área.
Confio no vosso trabalho.”