O exercício físico é conhecido, entre outros benefícios, por ajudar a melhorar a saúde metabólica em indivíduos com obesidade, contudo os efeitos do treino físico, sem que ocorra perda de massa gorda, continuam ainda a gerar muitas dúvidas.
Atualmente sabemos que esse mesmo excesso de tecido adiposo é a base de muitas das complicações metabólicas na nossa saúde e por isso um problema central e bastante atual.
Num estudo recente em 36 adultos com elevados valores de massa gorda (IMC=33) realizaram durante 12 semanas, 4 vezes por semana, treino físico de intensidade moderada (n= 17) e treino intervalado de alta intensidade (n= 19), mantendo durante este período o seu peso corporal.
Foram realizadas biopsias abdominais subcutâneas, uma vez antes do início do estudo, e duas vezes após o seu término, no dia a seguir e no quarto dia após o fim.
Foram encontradas alterações ao nível da morfologia do tecido adiposo (células mais pequenas), aumento do colagénio tipo 5, aumento da densidade capilar e alteração das proteínas que regulam a remodelação da gordura. Foi também registado um aumento da abundância de proteínas de fatores que regulam o metabolismo lipídico.
No entanto, após 4 dias do término do estudo, a maioria das mudanças registadas não eram já significativas.
Ambas as intensidades de exercício dos dois grupos não induziram diferenças entre os resultados supramencionados.
Embora o grande interesse seja os resultados, aparentemente similares, entre as diferentes intensidades na abordagem aos 2 grupos, muitas respostas ainda ficam por esclarecer. À contudo a destacar a ideia de que é importante a pessoa manter-se ativa na maioria dos dias porque promove, de forma consistente, respostas agudas ao exercício físico como registado neste estudo. Todavia, serão necessários mais estudos para expandirmos o nosso conhecimento nesta dimensão e obtermos evidências mais fortes nesse sentido.
Continuação de bons treinos.
Referências:
Exercise training remodels subcutaneous adipose tissue in adults with obesity even without weight loss – Ahn – 2022 – The Journal of Physiology – Wiley Online Library