No passado escrevemos um artigo onde procurámos ajudar a perceber o real benefício do treino com máquinas comparativamente a outros “métodos” de treino. Hoje estamos praticamente restritos ao treino ao ar livre e temos de continuar a assegurar o mesmo objectivo. Melhorar a qualidade de fitness dos nossos clientes contribuindo também para a sua saúde.
A verdade é que as máquinas conferem muito maior eficiência (e segurança) ao nosso treino por todas as características que evidenciamos nesse mesmo artigo.
Já é conhecido que os índices de prática de atividade física aumentaram com esta nova realidade. No entanto, o número de lesões também aumentou. Muitos estarão a pensar agora que esta tendência pode dever-se a uma aumento do número de praticantes mas também não devemos deixar de colocar a hipótese de uma possível relação causa-efeito. Na nossa opinião, esta situação não é uma mera coincidência e brevemente haverá mais informação para aferir se há ou não uma causalidade direta entre uma atividade física menos orientada e as lesões ocorridas desde o período de confinamento.
Para além de um possível maior número de praticantes que possa ter resultado deste período, a desconfinação e o bom tempo convidam a um estilo de vida ainda mais ativo e surgem ainda mais estímulos para a prática de exercício.
Contudo, com o treino ao ar livre, temos de explorar outros cenários para, na mesma, tentarmos igualar a qualidade de estimulação que pretendemos.
Quase que nos arriscamos a dizer que nunca foi tão importante a mestria das variáveis mecânicas quanto agora para realmente alcançar os mesmos benefícios. Esta, é sem dúvida, uma das alturas em que poder contar com a ajuda e os aconselhamentos de um profissional é ainda mais determinante para a manutenção e melhoria da saúde.
Não conseguimos abrir uma marquesa ou fazer uma avaliação mais pormenorizada porque o espaço não é propício a isso mas temos paralelamente todos os benefícios do treino ao ar livre e podermos aplicar também alguns conhecimentos de neurociência para estimular a produção de certos marcadores, de forma estratégica.
A contração muscular é uma ferramenta potente que temos ao nosso dispor que, sobre determinadas condições, produzem hormonas que influenciam a estrutura e química do cérebro e também a experiência da mente. Assim como os resultados comportamentais e fisiológicos mudam quando a mente é treinada estrategicamente durante o exercício.
Embora muitas vezes estejamos apenas focados nas adaptações que acontecem no músculo, os benefícios do exercício ultrapassam essa barreira. Mas sempre se for realizado com critério.
Queremos então transmitir, que o facto de atualmente não podermos realizar exercício físico no contexto mais interessente para o cliente, existem ainda muitos benefícios que podem e devem ser explorados em cenários mecânicos de treino ao ar livre.
Para além disso, a atividade física regular bem como um estilo de vida saudável são direitos constitucionalmente consagrados.
No entanto, é fundamental que todos cumpram com as regras de segurança para que brevemente possamos beneficiar dos ginásios e estúdios. Caso contrário, os amplos benefícios do exercício físico poderão não se sobrepor aos riscos face às contingências atuais e até mesmo, ser visto como uma ameaça. Após tanto esforço não o queremos nem o merecemos!
Continuação de bons treinos.
Créditos: Jacques H. Newell Taylor (Force and the Nervous System)
Texto de Tiago Gago e Gonçalo André