O corpo humano é composto por vários músculos com diferentes morfologias, mas todos eles com uma função comum – produzir tensão, gerar força.
Por uma razão ou outra a ida ao “ginásio” o treino em geral está conotado com um número reduzido de músculos ou pelo menos na cabeça da maioria das pessoas.
Nesse número a prioridade, pelo critério de treino dessa função em particular, não inclui os músculos que auxiliam a respiração… mas, como todos os outros, têm a sua importância e podem ser treinados.
Pesquisando sobre esse tema cruzamo-nos com um estudo realizado na Universidade do Colorado – Boulder pelo professor Douglas R. Seals onde este partilha uma “terapêutica” com potencial para baixar os níveis de stress e a pressão arterial.
Trata-se de um treino de força muscular inspiratória de alta resistência com auxilio do “POWERbreathe” que fornece resistência durante a inspiração. Consiste em fazer 30 respirações profundas (5 séries de 6 respirações com descanso de 1 minuto entre as séries).
O estudo analisou homens e mulheres, com idades entre 50 e 79 anos, com historial de pressão arterial elevada. Formaram-se dois grupos, um fazia o treino suprarreferido e outro um treino simulado falso.
O grupo que realizou o treino de força muscular inspiratório de alta resistência alcançou uma redução da pressão arterial sistólica equivalente às reduções alcançadas por tratamentos farmacológicos.
Para além disso, após seis semanas, verificaram-se uma melhoria da saúde dos vasos sanguíneos, marcadores significativamente reduzidos de inflamação, redução de níveis de stress e melhoria do tempo de tolerância ao exercício.
O facto de não recorrer à admissão farmacológica e potencialmente atingir os resultados já referidos parecem ser indicações bastante promissoras conjuntamente com uma maior adesão ao exercício aeróbio e logicamente benefícios para a saúde cardiovascular.
Este pequeno estudo orienta-nos para a importância de treinar outros músculos do nosso corpo que necessitarem de tanta ou mais atenção pelo retorno desse trabalho.
Parece-nos então a adoção desta prática extremamente útil especialmente em articulação com outros profissionais da saúde mais habilitados a prescrever quando nos referimos a intervenções terapêuticas.
Referências: Time‐Efficient Inspiratory Muscle Strength Training | Journal of the American Heart Association (ahajournals.org)