Na nossa passada acontecem dois fenómenos, a pronação e supinação. Podemos entender a pronação como o contacto do pé no chão e toda a sucessão de eventos que dai decorre. O arco plantar fica mais plano, rotação interna da tíbia, flexão do joelho; rotação interna do fémur, flexão da anca, etc. é o resultado da força que o chão exerce sobre o seu corpo, este movimento deve ser controlado excentricamente pela musculatura.
Após esta fase temos aquilo que designamos por supinação, o arco plantar acentua-se, rotação externa da tíbia, extensão do joelho, rotação externa do fémur, extensão da anca, etc.
Nenhuma das situações é pior ou melhor, ambas têm de coexistir durante a corrida, o importante será o “timing” com que passamos de uma para a outra. Esta é a nossa capacidade natural de lidar com as “forças que entram no nosso corpo” aquando de cada passada.
Será importante o corredor reconhecer e perceber que isto acontece e que todos os músculos que controlam esta ação também necessitam de treino, pois facilmente violamos a sua tolerância com a corrida.
Por isso a nossa sugestão será de o corredor principiante e mesmo o mais avançado incluir na sua rotina de treino desafios/exercícios que possam fortalecer todos os movimentos de pronação/supinação. Apesar de não serem vulgares esses desafios com pouco material e algum engenho conseguem-se construir soluções interessantes.
Num pequeno vídeo, futuramente, iremos mostrar algumas dessas sugestões.
Até lá bons treinos.
Referências:
– Levangie, P. K., & Norkin, C. C. (2005). Joint structure and function: A comprehensive analysis. Philadelphia, PA: F.A. Davis Co.
– Valmassy, R. (1996). Clinical Biomechanics of the Lower Extremities. Mosby-Year Book; 1st edition.
– Human Anatomy Atlas (https://www.visiblebody.com/).