O Lunge é um dos exercícios que costuma fazer parte de qualquer rotina de treino assim como as suas variações são imensas.
Na execução do nosso exercício optamos por deixar a perna dianteira sempre assente no chão e não executar o exercício com um passo à frente e um passo atrás.
Hoje por uma questão de facilitar o nosso raciocínio vamos apenas concentrar a nossa análise nas forças sobre a perna dianteira e tentar extrapolar o que poderá estar a acontecer ao nível da nossa produção de força interna.
Nota importante será ter em conta que a linha de acção da força poderá ser diferente consoante a intenção do praticante, ou seja, este pode criar mais ou menos fricção sobre o solo e isso alteraria a sua direcção, mas é algo que não conseguimos controlar.
Mas vamos assumir que seria algo deste género. Percebemos que na primeira posição, da esquerda, a força cria um pequeno braço de momento (BM 1) para a articulação da coxo femoral e joelho (BM 2).
Isto significa pouca “força para rotação” sobre essas duas articulações e mesmo através da nossa experiência enquanto praticantes conseguimos perceber que é onde somos “mais fortes”. Isto explica-se pelo facto de a força estar quase a passar sobre estas articulações e estar a contribuir mais para compressão que rotação.
Contudo à medida que descemos a implicação desta força muda consideravelmente para o joelho e anca. Na medida em que o BM 2, que era praticamente inexistente à partida, aumenta significativamente logo um maior desafio para os extensores do joelho já que são estes que têm de se opor à força para flexão da mesma articulação.
O mesmo acontece ao nível da coxofemoral, o BM 1 aumenta, mas não tanto como no joelho.
Este cenário configura-se então como um desafio cada vez maior tanto para os extensores do joelho, responsáveis por resistir à força sobre o joelho, como dos extensores da anca, responsáveis por resistir à força sobre a mesma articulação.
Esta seria uma análise simplista do que parece ocorrer sobre estas duas articulações, para uma reflexão mais aprofundada teríamos de contemplar outras variáveis como a velocidade de execução, a mestria do executante, etc.
Como comentário final importa perceber que todos os exercícios apresentam uma relação risco – benefício, a execução do lunge também não foge a essa realidade e outras situações terão que ser avaliadas aquando da sua realização.
Continuação de bons treinos.
Adaptado de: RTS (Resistance Training Specialist) – Tom Purvis.